Onda de calor no Brasil: até quando as temperaturas extremas vão persistir?

O Brasil enfrenta um período de calor extremo que afeta diversas regiões do país, causando recordes de temperatura e impactos significativos na população. No Rio de Janeiro, por exemplo, os termômetros chegaram a 44°C em Guaratiba, sendo a maior marca registrada na cidade nos últimos dez anos. A sensação térmica, influenciada pela umidade elevada, ultrapassou os 50°C, tornando o ambiente ainda mais sufocante. Em São Paulo, Belo Horizonte e Vitória, o calor também bateu recordes para 2025, com temperaturas acima dos 34°C. O fenômeno climático, causado por um bloqueio atmosférico, impede a entrada de frentes frias e mantém a massa de ar quente estacionada sobre grande parte do país. A previsão indica que esse cenário pode persistir até pelo menos 24 de fevereiro, com temperaturas acima da média em diversas capitais e cidades do interior.
Além das altas temperaturas, a falta de chuvas intensifica os efeitos do calor, agravando problemas como baixa umidade do ar, aumento do consumo de energia e impactos na saúde da população. O calor excessivo tem levado muitas cidades a emitirem alertas para riscos de desidratação, exaustão térmica e insolação.
O aumento no uso de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores para amenizar o calor elevou a demanda de energia elétrica no Brasil. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou um pico de consumo de 103.785 MW, ultrapassando o recorde anterior estabelecido em janeiro. Esse aumento no consumo sobrecarrega o sistema elétrico, trazendo riscos de apagões em algumas regiões.
Causas da onda de calor e bloqueio atmosférico
As ondas de calor ocorrem quando as temperaturas se mantêm acima da média histórica por pelo menos cinco dias consecutivos. O principal fator que contribui para esse fenômeno é o bloqueio atmosférico, uma área de alta pressão que impede a entrada de massas de ar frio e reduz a formação de chuvas. No caso atual, o bloqueio está instalado sobre a região central do Brasil, afetando diretamente os estados do Sudeste, Centro-Oeste e parte do Nordeste.
Esse tipo de bloqueio atmosférico funciona como uma espécie de “tampa de calor”, prendendo o ar quente na superfície e dificultando a dissipação do calor. O fenômeno favorece a intensificação das temperaturas e impede a circulação de nuvens que poderiam provocar chuvas mais abrangentes. Assim, o tempo seco e quente se prolonga por vários dias, aumentando os impactos para a população.
Estados mais afetados e temperaturas registradas
Os estados mais afetados pela atual onda de calor são:
- São Paulo: 34°C
- Rio de Janeiro: 44°C
- Minas Gerais: 34,4°C
- Espírito Santo: 36,5°C
- Paraná: acima dos 35°C
- Mato Grosso do Sul: 38°C
- Distrito Federal: 36°C
- Goiás: 37°C
- Bahia: 35°C
- Sul do Piauí: 37°C
Além desses estados, outras regiões também registraram temperaturas acima da média, com calor intenso impactando o dia a dia da população.
Impactos do calor na saúde pública e no consumo de energia
O calor extremo pode trazer sérios riscos à saúde, especialmente para idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas. Os principais problemas causados por essa onda de calor incluem:
- Desidratação: A perda excessiva de líquidos pelo suor pode levar à fadiga, tonturas e desmaios.
- Insolação: A exposição prolongada ao sol pode causar febre alta, confusão mental e até danos neurológicos.
- Agravamento de doenças respiratórias: O tempo seco pode piorar problemas como asma e bronquite.
- Aumento da pressão arterial: O calor pode elevar a pressão sanguínea, aumentando o risco de infartos e AVCs.
Com o calor intenso, o consumo de energia disparou em todo o Brasil. O uso de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores elevou a demanda no sistema elétrico, causando recordes no consumo. Especialistas alertam que, se esse cenário persistir, há risco de apagões e aumento nas tarifas de energia.
Previsão do tempo para os próximos dias
A onda de calor deve se estender pelo menos até 24 de fevereiro, segundo meteorologistas. No entanto, há previsão de temporais isolados no Sul do Brasil, onde uma frente fria pode provocar chuvas intensas. No Norte e Nordeste, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) também pode trazer pancadas de chuva. Já nas áreas centrais do país, o calor continuará predominando, com chances apenas de chuvas isoladas.
A expectativa é que, com a dissipação do bloqueio atmosférico na próxima semana, a entrada de frentes frias traga um alívio para algumas regiões, reduzindo as temperaturas e aumentando a umidade do ar.